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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Flor de saudade

Flor de saudade, esmorecida e triste
Nunca me viste suspirar por ti?
Tu és a luz de um amor, menina,
Porque és divina, tua estrela eu vi!

Branco lírio, num jardim de flores
Os teus fulgores, se irradiam rindo;
Qual uma estrela na amplidão celeste
Trazida vieste por um anjo lindo!

E de ametista tuas cores são
Qual uma gase de inocência traz
Tão pura e meiga, te apresenta agora
Que nesta hora, deslumbrante estás!

Tu tens um terno e sedutor olhar
Por amor, te sorriem flores,
Na esperança desses sonhos rindo,
Dos meus já findos, de ilusões e dores!

Mas, se um dia, olvidares os meus versos
Que dou-te imersos, na fatal saudade
Lembra-te aquele que com seu carinho
Destes espinhos com severidade!

E da campina, um malmequer de ouro
Grande e belo, deliciosa flor
No verde prado tu vicejas agora
Qual uma aurora, com maior fulgor!

Bela e modesta, aos raios solares,
Nos seus cismares, tudo e mais encerras
Qual pirilampo, quando a noite em meio,
No devaneio pelos ares erras!

És um topázio nas campinas verdes
Donde não perder teu carinho é tanto,
Canta o sabiá uma canção sentida
Na melodia do teu doce encanto!

Sempre no ermo a vicejar risonha,
É que tu sonhas numa bela hora
As tuas pétalas a inclinar-se a medo
Quando bem cedo a solidão deplora!

Poema de Vovô Miguel.

Filhos de Vovô Miguel

Aurecy e Maria Miguelina com o irmão Vilson
Na imagem, da segunda década do século XX, três dos oitos filhos de Vovô Miguel